Olá, Meu nome é Filipe, sou brasileiro, de Salvador,
na Bahia. Essa é a primeira vez que escrevo a minha história com essa doença.
Não vai ser algo fácil pra mim, mas espero que possa ajudar outras pessoas. O
grande problema dessa condição é o quão é sub diagnosticada, ou seja, existem
vários diagnósticos e isso acaba fazendo com que os sintomas se agravem,
consequentemente destruindo a qualidade de vida do indivíduo.
Bom, minha história começa em maio de 2016,
exatamente no dia 18 de maio, lembro bem desta data, pois foi algo extremamente
marcante na minha vida. Nesse fatídico dia, eu me encontrei com minha namorada
na época, eu tinha uma prova na pós-graduação e depois iríamos nos encontrar. Lembro-me
de estar bem ansioso no dia, pois era uma prova um pouco complicada e eu sentia
muita pressão nessa época por estar desempregado. Depois da prova, encontrei
minha namorada e fomos para a casa de um primo meu, para termos relações
sexuais. Bom, na época eu tinha 26 anos e nunca tinha tido qualquer problema
com disfunção erétil, minha ereção sempre funcionou muito bem, sempre fui de
demorar muito para chegar ao orgasmo. No momento que deitei por cima dela,
senti algo estranho na base do pênis, e a ereção ficou estranha, o pênis não
ficava ereto, tentei disfarçar, mas ela percebeu, tentou ajudar, a ereção
melhorou. Penetrei e para a minha surpresa não durei nem dois minutos. Como
assim? Eu nunca tinha tido disfunção erétil, tinha libido muito alta, e
ejaculação precoce também? Passamos um tempo deitado conversando e tentei
novamente, lembro-me da minha bexiga estar muito cheia, penetrei, e novamente a
ereção estava péssima, ela pediu pra parar. Fui ao banheiro e urinei uma grande
quantidade de urina. Após parar, algo parecia errado com a musculatura que
controla a urina, parecia que estava literalmente travada. Os dias seguintes
foram de micção muito aumentada, eu urinava e já sentia vontade novamente. Após
três dias, conversei com minha mãe, que tinha infecções urinárias recorrentes,
a qual me indicou fazer uma urocultura de urina. Fiz logo no dia seguinte, o
resultado demorou cinco dias, resultado? Não tinha nenhum crescimento
bacteriano na amostra. Fiquei mais tranquilo, sintomas diminuíram, mas ainda
tinha micção constante. Um mês depois viajei com minha namorada, no primeiro
dia minha ereção funcionou normalmente, como antes, fiquei extremamente mais
tranquilo. Porém, sentia que sempre depois de muito sexo ou masturbação os
sintomas pioravam. No outro dia, após tomar muitas taças de vinho, fomos ter
relações sexuais e a ereção de novo estava péssima. No outro dia, dores e urina
com frequência aumentada, a viagem de volta foi extremamente desagradável. Logo
quando voltei, procurei um urologista, que me passou mais exames de urina e de
sangue. Os resultados estavam absolutamente normais, menos a prolactina que
estava muito acima do normal, mas ele não deu relevância ou nem percebeu.
Diagnóstico? Prostatite. Lembro-me bem das palavras dele: “Isso com certeza é
uma prostatite, é chatinho e demorado de tratar, toma esse antibiótico aqui por
15 dias e volta aqui.” Feito isso, tomei o primeiro antibiótico, melhorei pouca
coisa, a ereção ficava um pouco melhor, mas continuava urinando muito, e a
libido quase inexistente. Voltei nesse urologista mais umas quatro vezes, todas
às vezes era um novo Antibiótico.
Antibióticos que tomei nessa fase: Ciprofloxacino, Levofloxacino,
Amoxicicilina, Doxiciclina com Azitromicina e Monuril. Dava uma leve melhorada,
depois piorava tudo novamente.
Cansei de ser
usado como cobaia e fui procurar outro urologista, que também confirmou que
tudo indicava ser prostatite, me receitou Omnic ocas (tansulosina) por seis
meses, com esse medicamento a ereção melhorou, a micção também, porém os
efeitos colaterais eram terríveis.
Sempre fui muito ativo fisicamente, um amante de
esportes, praticava musculação há 10 anos, fazia jiu jitsu, jogava futebol
quase todo final de semana. Percebi que após jogar futebol os sintomas
agravavam muito. Eu não estava nada bem e resolvi procurar um infectologista.
Ele olhou meus exames e pediu vários outros, incluindo pcr (técnica molecular)
que o plano não cobria, espermocultura, sorologia para tuberculose, punção na
coluna, entre outros (gastei uma fortuna). Ele não encontrou nada,
absolutamente nada nos exames, mas achou, conversando com o primeiro urologista
(ele pediu para entrar em contato), que eu deveria tomar um tempo maior de um
antibiótico. Receitou ciprofloxacino por quatro semanas, do original, R$250,00
cada caixa. Tomei da forma correta, evitei exercícios físicos no período
também. Resultado? Não melhorei nada vezes nada ao quadrado. Decidi por conta
própria desistir de antibióticos e de médicos por um tempo, passei a tomar
somente a tansulosina e segui a vida. Passei a ter muita dificuldade para ficar
sentado, sentia muita dor na região entre o ânus e o saco escrotal, parecia que
tinha um bola, passei ao invés de micção frequente a ter dificuldade para
urinar, libido baixíssima, ereção agora somente com viagra ou tadaladila,
detalhe aqui, todas as vezes que tomava esses remédios pra Disfunção erétil,
meus sintomas diminuíam. E foi assim até chegar o período de festas. Fui passar
o réveillon com a família, e em um dos dias as pessoas estavm jogando vôlei.
Pensei em não jogar, mas como gostava tanto de esportes e estava sentindo
falta, decidi participar. Na hora foi tudo ótimo, me diverti bastante, dei
risada, tomei queda. No outro dia, fiquei péssimo, a região lombar doía muito,
a base do pênis também, meu pênis retraiu completamente. Passou a ficar
enrugado, menor, parecia uma gelatina. A sensação era horrível, eu me sentia
péssimo. Um mês depois, precisei fazer uma cirurgia, que nada tinha a ver com o
problema, somente para corrigir um desvio de septo nasal, com anestesia geral.
Depois de algumas horas da cirurgia, eu não conseguia urinar de jeito nenhum,
tive que forçar muito pra conseguir. As horas seguintes foram de dores
insuportáveis, fiquei uma semana sentido dor o dia todo, uma dor agoniante na
base do pênis, na região supra púbica. Bem na direção da famosa Próstata. Isso
me levou a um certo desespero, resolvi tomar levofloxacino por conta própria
por duas semanas. Não resolveu nada. Procurei então outro urologista, esse
muito sensato, diga se de passagem. A resposta dele depois que eu contei minha
história e que ele fez o toque retal: “Você não tem nada na próstata, isso é
uma síndrome conhecida como dor pélvica crônica, as armas que a medicina possui
para isso são limitadas, é assim aqui ou nos Estados Unidos ou na Europa”. Indicou-me
tratar com acupuntura chinesa, uma instilação de um remédio na bexiga (600
reais cada, por seis semanas),
corticoides e anti inflamatórios. Eu falei que ia pensar, e realmente estava
pensando, que cara louco, como assim eu não tenho uma infecção? Como assim não
tenho nada na próstata? Ele não sabe o que está dizendo. Resolvi procurar a opinião de outro
urologista, então pedi uma recomendação a um amigo médico. Lembro-me dele falar
“se ele não resolver, nenhum outro resolve, é um dos melhores do país”. E lá
fui eu mais uma vez, consulta particular, se não me falhe a memória, R$400,00
reais (aqui na minha cidade é muita coisa). Chegando à consulta, mais um toque
retal (não senti absolutamente nada) e mais uma surpresa. “Isso não é nada na
próstata, é dor pélvica crônica, possa ser que você tenha uma neuralgia do
pudendo, vou solicitar uns exames”. Fiz vários exames de imagem, ressonância
com contraste, ultrassons e ele também solicitou eletroneuromiografia até do
pênis. A essa altura meu namoro estava em ruínas, transávamos uma vez por mês,
as vezes eu até fugia disso devido a dor que sentia depois. Passei a evitar
ficar sentado e passei a ficar muito tempo deitado, acho que isso foi péssimo
pra mim, minha musculatura enfraquecia cada vez mais e o problema agravava a
cada dia. Resultado dos exames? Absolutamente nada. Como Assim? Não é possível
que não tenha nada. Ele observou que na
minha ressonância da pelve apareceu que uma hérnia na lombar, recomendou que eu
procurasse um neurocirurgião e uma
acupunturista médica, com formação na china. Resolvi ir atrás de um dos
melhores neurocirurgiões da Bahia, se não me engano a consulta foi R$650,00.
Estava bastante esperançoso, pensei comigo, esse cara vai resolver. Chegando
lá, ele olhou as imagens da ressonância e disse “isso não justifica, não é o
nervo pudendo”. Fez vários testes comigo, e disse que não era esse o problema.
Eu lembro bem de não conseguir nem levantar da maca de frente, por causa da dor
que eu sentia na lombar quando fazia isso. Ele me recomendou fazer o exame do
líquor novamente, exame que faz um punção de um líquido na coluna, mas segundo
ele era pra ver sobre esquistossomose. Como o plano não cobria mais, por eu já
ter feito, lá fui eu pagar mil reais em um exame. Resultado? Absolutamente
nada. Resolvi então procurar um neurologista agora. Mais R$500,00, pra ele me
dizer que realmente não tinha nada de pudendo e que eu precisava voltar a um urologista. Saí de lá péssimo,
completamente desorientado, lembro que carregava um monte de exames, a mala do
meu carro estava cheia. Os exames não apontavam nada, tirando hérnia de disco,
testosterona baixa em 240 (sempre foi na casa de 500, 600) prolactina alta. Fui
a uma endocrinologista que me passou um remédio pra regularizar isso, resolveu,
mas não melhorou em nada meu problema pélvico. Fiquei desesperado, um ano com
esse problema todo, só piorando. Passei a olhar milhares de sites e blogs na
internet, procurava sobre prostatite, neuralgia de pudendo, dor pélvica. Passei
a me automedicar e tomar todo o tipo de suplemento que vocês imaginarem. Tudo
parecia trazer alívio, tomei saw palmetto, tribullus terrestris, maca peruana,
long jack, aswaghanda, rodhiola rosea, uva ursi, açafrão, e muitos outros. Todos
os que o pessoal de um tal blog diziam. Era um verdadeiro muro de lamentações,
histórias horríveis de pessoas com vários anos com esses sintomas. Essa foi a
pior fase da minha vida, sem a menor dúvida. Passei a sentir dores horríveis no
cóccix, não conseguia sentar nem por uns dois minutos, passei a fazer as
refeições em pé. Ou eu estava sentado ou estava deitado, nunca sentado, era
impossível sentar. Desenvolvi também crises horríveis de ansiedade, chegava a
me tremer todo, desenvolvi síndrome do intestino irritável (esse foi o pior
sintoma de todos). Eu tinha tanto constipação quanto diarreia. Sentia vontade
de ir no banheiro o dia todo. Ia 6, 7, 8 vezes, não conseguia mais sair na rua
direito, pois a vontade vinha muito forte, sentia espasmos terríveis no
intestino e no ânus. A impressão é que tudo iria sair a qualquer momento, isso
me fez passar muita vergonha e a desenvolver um certo pânico em mim. Tive
diversos episódios onde tive que sair correndo pro banheiro, usar a contra mão
com o carro desesperado atrás de um banheiro. Isso me trouxe sequelas
emocionais tremendas. Fiquei mais desesperado ainda, achei um outro blog, esse
parecia ser mais positivo e tinha um e-mail para participar de um grupo no
whatts app. Bom, talvez tenha sido uma das melhores coisas que fiz durante esse
primeiro ano com sintomas. Chegando lá fui acolhido pelo pessoal, pessoas do
Brasil todo, com os mesmos sintomas ou sintomas parecidos com os meus. Em
especial uma pessoa me foi indicada, o Anadyl Júnior (que virou um irmão pra
mim). Esse cara foi um anjo na minha vida, me tranquilizou, me explicou essa
doença terrível, falou tudo o que já tinha feito e os caminhos que existiam.
Resolvi procurar um quiroprata, um acunpunturista também. Gastei uma fortuna,
apesar deles serem excelentes profissionais. Melhorei pouca coisa. Resolvi
procurar, a partir do conselho do Anadyl, uma fisioterapeuta aqui em Salvador. Fui à Patrícia Lôrdelo, lembro que tinha que
esperar no carro a fila do elevador diminuir, pra poder subir. Sim, desenvolvi
pânico de elevador porque não tinha como correr para um banheiro. A Patrícia é
fantástica, uma excelente profissional, se não for a melhor do Brasil, com
certeza é uma das melhores. Só ela conseguiu de fato me explicar o que eu tinha
(tirando o Anadyl que falava as mesmas coisas), lembro que a primeira pergunta
foi como eram minhas fezes e dela ter me mostrado exemplos. Minhas fezes eram
completamente fitadas e moles. Eu tinha muita dificuldade pra defecar e as
fezes saíam em pedaços. Minha ereção estava péssima, agora funcionava mal até
com o Viagra. Meu namoro tinha desmoronado há muito tempo, mas me tratar com a
Patrícia me trouxe esperanças de melhorar. Ela me recomendou fazer a
radiofrequência, um equipamento que ela trouxe da Europa e que serve pra
disfunção do assoalho pélvico também. Sim, o problema todo é uma disfunção do
assoalho pélvico, musculatura responsável por sustentar órgãos como bexiga,
próstata, intestino e pelas funções sexuais.
Fiz a primeira sessão de radiofrequência e o
resultado foi ótimo, a tensão parecia ter ido embora. Saí de lá muito bem, eu
nem sabia que tinha um períneo (músculo que fica entre o ânus e o saco
escrotal) e que agora poderia contraí-lo. Minha micção ficou mais fácil, no dia
seguinte tive ereção matinal (eu não tinha ereções matinais há muito tempo).
Estava feliz da vida. Mas os dias foram passando e os sintomas voltando, era
como se uma corda estivesse puxando meus músculos da cintura pra baixo. E foi
assim nas quatro sessões. Melhorava e com o passar dos dias voltava a piorar.
Durante as sessões a patrícia percebeu que eu tinha muitos espasmos no abdômen
e nas costas. Disse que seria melhor interromper o tratamento e buscar tratar
isso através da natação e o pilates. Foi outro momento difícil pra mim. Junto a
isso meu namoro acabou de vez, não dava mais, na verdade era um namoro que só
me colocava mais pra baixo ainda, e na verdade me senti aliviado quando
terminou.
Passei uns 10 meses fazendo pilates, é uma técnica
muito boa, mas alguns exercícios pioravam muito meus sintomas. Passei a ter
espasmos horríveis no frio, não podia entrar em uma piscina por exemplo, então
não podia fazer natação naquele momento.
Acho que minha vida começou a mudar de fato em
novembro de 2017. Conheci uma mulher maravilhosa, no aniversário de um amigo meu,
que foi em uma casa, se fosse em um bar eu não teria ido. Era impossível ir
para esse tipo de lugar, só via meus amigos em suas casas. E eles não sabiam o
que eu tinha, apenas falava que estava com um problema na coluna.
Quando fui ter
relações com a tal mulher maravilhosa que conheci, o meu pênis não subia nem
com Viagra, isso foi terrível pra mim. Sim, eu tinha chegado ao fundo do poço,
tinha todos os sintomas imagináveis e inimagináveis da dor pélvica. Eu estava
péssimo, cheguei a falar para ela que não ficasse com um cara assim, que nem o
pau funcionava. Pra quê ela ia se submeter a isso? Uma pessoa que nem podia
sair de casa, que mal conseguia se sentar. Que para busca-la em casa e ir para
a casa de um amigo, precisava parar em um ou dois postos de combustíveis para
ir ao banheiro. A distância não dava nem 30 quilômetros. Diferente da outra,
ela não desistiu de mim, disse que não me abandonaria (nesse momento escrevo
isso emocionado), disse que não se importava com isso e que ia estar ao meu
lado, mesmo se eu não quisesse ter mais nada com ela, que ela queria ser minha
amiga.
Decidi que
tinha que melhorar custe o que custar, não dava mais pra ficar assim. Meus
familiares não entendiam, me julgavam, diziam que era coisa da minha cabeça. Eu
já tinha perdido uns 10 kg, estava visivelmente abatido. Passei o réveillon com
a família, e minha família é imensa, todo ano alugamos uma casa na praia e é
maravilhoso. Nesse ano de 2017, foi péssimo pra mim, eu não podia entrar na
piscina, não podia jogar, não podia entrar no mar, não podia nada. Sofri muito,
mas estava determinado a melhorar. Procurei a Patrícia (Fisioterapeuta)
novamente que me falou muito bem de um osteopata, lembrei que o Anadyl tinha
falado da mesma pessoa. Resolvi procurar esse cara e dar uma chance. O João,
outro cara que virou um irmão meu, foi fundamental pra minha recuperação. Ele é
um fisioterapeuta extremamente humano e competente. Passei a fazer sessões com
ele toda semana, minha namorada, que é estudante de fisioterapia (coincidência ou
a Mão de Deus?), acompanhava quando podia. No começo piorei muito, mas ele e o
Anadyl me aconselharam a ter paciência e persistir. Passei a fazer natação
também e finalmente começar a melhorar. Procurei também um psiquiatra para
tratar a ansiedade, um excelente psiquiatra, diga-se de passagem, o Dr Rogério.
Receitou-me duloxetina, que alivou minhas dores e passei a não ter mais crises
de ansiedade. Com muita luta passei a tentar ter uma vida normal, mesmo com
muita dificuldade. Em junho de 2018, aceitei viajar com meus amigos para uma
festa, ficaríamos na fazenda de um amigo. Meus amigos também foram fundamentais
pra manter a minha sanidade. Eu estava bem melhor, mas ainda tinha muitos
sintomas. Qualquer coisa mínima pra mim era com um esforço terrível. Para mim
andar 30 metros eram como andar 2 quilômetros. Eu tinha uma enorme dificuldade
para andar, para ficar muito tempo sentado ou muito tempo deitado. Eu não dormia direito, não descansava, estava
o tempo todo cansado, com uma fadiga horrível. Pra meus amigos sempre falei que
estava com problema na coluna, não era falta de confiança e nem vergonha, eu só
não queria ninguém com pena de mim. Somente minha namorada sabia o que eu tinha
e eu tive que contar absolutamente tudo para ela, era o mínimo que eu podia
fazer. Sem ela eu não teria conseguido fazer nada nessa época, minha namorada
era o meu porto seguro, era o que me dava forças.
Bom, eu estava em uma crescente, estava feliz apesar
dos incômodos. Ai a gente pensa, agora é questão de tempo. Não foi. Depois
dessa viagem, peguei uma infecção horrível na garganta. Nenhum antibiótico
resolvia, fui à emergência médica umas quatro vezes no período de uma semana,
não conseguia engolir nada, nem água. Tive que ser internado pra tomar
antibiótico na veia e ai voltei a piorar de novo. Diagnóstico? Peguei herpes
tipo 1 na garganta. Passei 15 dias internado e voltei a piorar. Todo dia rezava
e perguntava a Deus o que tinha feito pra merecer tudo isso, sempre fui um cara
correto, que gostava de ajudar as pessoas, que amava a minha família e fazia de
tudo por ela. Definitivamente eu não merecia isso. Voltei a ficar péssimo, não
podia segurar nada pesado, não podia me mexer de maneira brusca que piorava
muito. Meu sonho sempre foi ter minha família e filhos, como ia carregar meu
filho nos meus braços? Como ia jogar futebol com ele como fazia com meu pai? Eu
me sentia um merda por não poder carregar pesos, um incapacitado. Sim, minha
namorada era o homem da relação, ela quem carregava peso, quem me ajudava a
fazer mercado, quem levava minha sacola quando ia para sua casa. Eu tinha
virado uma pessoa dependente, uma das coisas que mais odeio nessa vida. Isso me
abalou muito. Mas não desisti, continuei meu tratamento com João
(Fisioterapeuta). Voltei a melhorar, voltei também pra natação que me ajudava
muito, tive que fazer uma dieta extremamente restrita, praticamente sem
carboidratos. Eu comia a mesma coisa todos os dias, tomava milhares de
suplementos, probióticos, fibras. O que de fato me ajudou: Kefir, Plantaben,
Melatonina e Lisina. Mas nada que atue no assoalho pélvico. Bom, continuei meu
tratamento, mas percebi que faltava algo. Então, resolvi começar a estudar mais
a fundo o problema. Passei meses pesquisando artigos, pesquisando fóruns fora
do país, lendo relatos, estudando anatomia, procurando entender como a
musculatura funcionava, o que podia funcionar, o que podia ajudar. O tratamento
com João era excelente, minha ereção melhorou, minhas dores melhoraram, meu
cóccix e minha coluna não doíam mais, mas ainda existia muita tensão no
assoalho pélvico, ainda muita dificuldade para defecar e para urinar. Apesar,
de melhorar a ereção (não estava 100% como antes, mas já era bem melhor), abandonei de vez os remédios
para disfunção erétil. Mas a ejaculação
precoce ainda existia. Além disso, a glande do meu pênis ficava vermelha, cheia
de bolinhas, principalmente depois do sexo. Por isso continuei vasculhando algo
que pudesse me ajudar, agora com uma mente mais preparada, filtrando somente o
que era positivo. Foi ai que encontrei algo que mudou de vez minha vida e o meu
problema. Achei o DCT, sigla para Dynamic Contraction Technique, traduzindo
para o português: Técnica da contração dinâmica.
Logo de início, percebi que a teoria fazia o maior
sentido, mas mesmo assim, procurei os criadores David Mccoid e Nic Bartolotta,
e fiz principalmente ao David (outro cara muito importante para o meu
tratamento) inúmeras perguntas. Passei mais de um mês questionando o DCT,
buscando entender como funcionava e estudando o que era proposto. Admito que o
que mais me convenceu a comprar foi o fato do Nic Bartolotta ser um
fisioterapeuta reconhecido nos EUA e que atende já há um tempo atletas da NBA,
que são a elite do esporte americano. Esse cara não ia querer se queimar e
enganar alguém. sim, infelizmente existem picaretas na internet tentando
enganar pessoas com essa doença, prometendo cura. Definitivamente esse não é o
caso do Nic e do David.
Resolvi comprar o DCT, mesmo o curso ser todo em
inglês e o meu inglês ser extremamente ruim. Fui na cara e na coragem mesmo.
Perguntava absolutamente tudo ao David Mccoid, enchia o saco dele todos os
dias. No começo tive melhoras significativas, mas depois desci uma ladeira terrível,
achei que estava fazendo algo errado, lembro-me de ter questionado o David umas
três vezes. Todas as vezes ele falava, isso é um bom sinal, tenha paciência.
De imediato ao
fazer o DCT percebi o quanto eu estava fraco ainda, minhas pernas tremiam como
uma batedeira ao fazer os alongamentos de resistência (sim, essa é a melhor
técnica para liberar tensão muscular, os excêntricos). Passei a desenvolver uma
consciência corporal incrível, passei a perceber que meus quadris eram
extremamente apertados, e que meu assoalho pélvico na verdade era mais uma
vítima nessa história toda. Depois de um mês após ter piorado, passei a ter uma
melhora e um alívio nos sintomas, mas agora eu sentia que de fato estava no
caminho certo, eu via que existia uma lógica em tudo o que eu estava fazendo,
além de todo o suporte do David.
O Pessoal do DCT criou um grupo no facebook e isso
foi fantástico pra mim, passei a debater as rotinas de treinos com pessoas do
mundo todo, isso me trouxe muito conhecimento e eu evoluía a cada dia. Bom, o
DCT de fato me fez voltar a viver, a ter uma vida normal. Minha ereção ficou
ótima, sem ejaculação precoce, voltei a urina normalmente, a defecar
normalmente, não tinha mais síndrome do intestino irritável (não precisava mais
sair correndo pro banheiro), passei a dormir melhor, não tinha mais fadiga e
outras coisas mais. De todas as coisas que já tentei, e tentei vários
tratamentos, essa técnica definitivamente é a melhor. O que me resta somente no
momento é tensão na lombar (costas baixas), que me acompanha há muitos anos,
mas sei que logo, com muito trabalho duro no DCT ela irá embora.
O reveillon com a família já foi outro, conseguir ir a praia, ficar na piscina o dia todo, me divertir. Eu sou apaixonado pelo carnaval de Salvador, não ia há três anos por causa dos problemas, principalmente a Síndrome do Intestino Irritável. Esse ano eu consegui ir, consegui ir atrás do trio elétrico, passei mais de oito horas em pé, caminhei por vários quilômetros, sem sentir absolutamente nada. Definitivamente o DCT me fez voltar a viver novamente, e eu sou muito grato por isso e espero ajudar outros. Você pode saber mais sobre o dct clicando aqui . O site está em inglês, basta abrir no google chrome e traduzir para o Portugues.
O reveillon com a família já foi outro, conseguir ir a praia, ficar na piscina o dia todo, me divertir. Eu sou apaixonado pelo carnaval de Salvador, não ia há três anos por causa dos problemas, principalmente a Síndrome do Intestino Irritável. Esse ano eu consegui ir, consegui ir atrás do trio elétrico, passei mais de oito horas em pé, caminhei por vários quilômetros, sem sentir absolutamente nada. Definitivamente o DCT me fez voltar a viver novamente, e eu sou muito grato por isso e espero ajudar outros.
Hoje sou moderador do grupo do whatts app que me
acolheu no início, o Saúde dos amigos, onde ajudamos outras pessoas com esse
mesmo problema (deixarei meu contato no final desse texto para quem quiser
participar). Minha luta hoje é para mudar a mentalidade das pessoas, para que
elas não passem pelo que eu passei. Eu diria (com base em estudos) que 95% dos
casos não é infecção na próstata e sim um problema musculo fascial. O maior
problema dessa doença é a quantidade de diagnósticos que existem: prostatite,
neuralgia do pudendo, síndrome do elevador do ânus, síndrome do piriforme,
síndrome da bunda morta, síndrome da bexiga dolorosa, endometriose, vulvodinia (nas mulheres os dois
últimos) e por último, síndrome de dor Pélvica crônica (CPPS). Todos
diagnósticos para disfunção do assoalho pélvico, que é o que realmente traz
esses sintomas.
Mudar a mentalidade das pessoas não é uma tarefa
fácil, mas contar minha história é uma das armas que eu precisava usar. Espero
que ajude alguém, se ajudar uma pessoa, pra mim já vai ter valido a pena.
Ninguém merece passar por isso, absolutamente ninguém. O mais importante, a
saber, é que existe tratamento, existe uma saída, e a melhor saída por tudo que
já vi é o DCT. Não quero dizer com isso que é a única saída, mas é a que indico
de coração, é o que eu indicaria pra qualquer amigo ou familiar que
desenvolvesse esse problema.
Por último gostaria de agradecer a todas as pessoas
que me ajudaram e me ajudam nessa caminhada. Minha namorada Páthilla, que foi
meu porto seguro durante a pior fase da minha vida e que não me abandonou, sem
ela eu não conseguiria, eu admito isso. Te amo meu amor, nada que eu faça ou
fale poderá chegar próximo a minha gratidão por tudo o que fez por mim.
Agradeço também o Anadyl Jr, que foi um anjo na minha vida e é um cara que
merece tudo de bom na vida dele, por criar o grupo no Whatts app e ajudar
outras pessoas. Não poderia deixar de agradecer as pessoas desse mesmo grupo do
whatts que me acolheram, que me ajudaram, me ouviram e foram importantes na
minha recuperação. Em especial ao Leonel, Thiago de campinas, Rodrigues aqui da
Bahia, Danilo, Victor, Bruce e ao Rafael que decepcionou muita gente, mas foi
quem me colocou no grupo. Agradeço também ao João, meu amigo, que sempre me
tratou com muito carinho (continuo fazendo sessões com ele pelo menos uma vez
por mês). Parabéns por ser esse cara incrível e tão competente, você é um cara
abençoado. Agradeço também a natação e meus professores de natação, que me
ajudaram muito também. Meus amigos que sempre me ajudaram mesmo sem saber o
problema que eu tinha. Enfim, tenho muitas pessoas pra
agradecer, espero não ter esquecido ninguém.
**Meu contato (071) 993086985. Sinta-se a vontade
para me procurar no Whatts app e tirar qualquer dúvida sobre o DCT e/ou entrar
no grupo. Pode me enviar também um email: saudedosamigos2019@gmail.com.
Espero que você possa melhorar e voltar a ter
qualidade de vida. Você não está sozinho!
No comments:
Post a Comment